Solidariedade

Solidariedade humana

03a.Solidariedade200x200Vivemos hoje uma era de banalização da violência. Saímos de casa como possivel vítima e retornamos como sobrevivente e em alguns casos como herói, por termos nos safado de situações difíceis. Sabemos que os factores primordiais que geram a violência são o desemprego e a ridícula distribuição de riqueza.

O dinheiro é manipulado por uma pequena parcela da população que prefere, em grande parte, especular no mercado financeiro, em vez de aplicar no processo produtivo , ao contrario de países como a China, que está em grande desenvolvimento económico , pela mobilização de capitais internos em investimentos para a sua economia.

Nesta era moderna, de incentivo ao consumismo, da globalização, de fome, de desemprego, onde poucos têm voz activa, pode haver um factor relevante que poderia ajudar no combate á violência e que está ao alcance de qualquer cidadão, é a solidariedade humana.

Hoje, ao contrário de um passado de algumas décadas, a solidariedade humana passou a estar cada vez mais distante do ser humano, agora mais habituado e até treinado a viver como uma ilha disputando todos as vantagens e espaços com os outros cidadãos e portanto seres humanos. Vemos o nosso semelhante como um inimigo e não como nosso irmão.

No trânsito temos exemplos de falta de cortesia, onde procuramos levar sempre vantagens, ignorando as situações de trânsito difíceis que o outro porventura estiver enfrentando num determinado momento. Nos locais públicos onde filas se formam para atendimento, sentimos profundamente a falta de respeito ao próximo, o sentimento claro de se levar vantagem sobre o outro. Na ocupação de lugares em transporte colectivo ou locais de entretenimento, onde não haja assentos numerados, a disputa pelos mesmos chega a ser ridícula .

Por que agimos assim se até os animais se respeitam e eles não são racionais como nós? Vejamos o caso dos gansos que vivem em formação e lutam pela sobrevivência juntos. Quando um ganso fica doente ou é ferido por um tiro de um caçador desalmado e cai, dois gansos saem em formação e o acompanham para ajudá lo e protege-lo . Ficam com ele até que consiga voar novamente ou morrer. Que belo exemplo de solidariedade temos dos gansos e eles não são animais racionais, como o dito ser humano.

A falta de solidariedade é ao mesmo tempo causa e efeito desta situação. É um modo contínuo que podemos quebrar com a nossa mudança de atitude.

Será que desaprendemos a arte de agir e só sabemos reagir? Ou seja, se alguém nos trata bem, retribuímos, senão é irrelevante para nós? Será que, se adoptássemos a postura de respeitar o nosso semelhante e olhar para ele como nosso irmão, solidarizando-nos como Jesus pregoou , a violência estaria nos níveis actuais? Será que a falta de solidariedade do ser humano em sua grande maioria, já que toda regra tem excepção, é uma das causas ou efeito da violência que enfrentamos hoje? Não sabemos avaliar sua extensão, mas com certeza se cada de nós fizer a sua parte, isto é, tratar o nosso semelhante com o devido respeito e consideração, solidarizando com ele nos momentos oportunos, iremos criar um espírito favorável nas comunidades em que vivemos. Não é esse o nosso papel como leão?

Os nossos objectivos devem ser : “Criar e incentivar o espírito de respeitosa consideração entre os povos…”, “Incentivar a prática da boa cidadania…”, “Interessar-se pelo bem estar cívico, social e moral da comunidade.”, Mantermo-nos unidos pelos liames da amizade, do companheirismo e da compreensão mútua.”.

Façamos a nossa parte como leão, não só cumprindo nossos objectivos mas também levantando a bandeira da solidariedade e sobretudo, apoiando / criando programas sociais, tais como : conscientização de cidadania, preservação do meio ambiente, erradicação do analfabetismo moderno , uso racional da água potável entre outros, fáceis de serem implementados, bastando apenas boa vontade.

Enfim, sejamos leões, na acepção dos compromissos que conscientemente assumimos …

Tenhamos coragem de levantar bem alto as Bandeiras da Solidariedade.

Fim á hipocrisia.

Antonio Casteleiro (Maio/2008)